quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Exercício de paz e felicidade - os livros da minha vida


Estava "passeando" pelos escritos dos amigos no facebook quando me deparei com as listas de livros que marcaram a vida de cada um. Entre um "escreva os três" e "escreva os dez..." (e como também quero "brincar)", resolvi contar mais...

Os livros que impactaram a minha existência foram os primeiros que chegaram às minhas mãos, logo após aprender a ler! O primeiro, claro, foi a cartilha, com listas de palavras que a professora da alfabetização, Dona Heloisa (porque estava adiantada em relação à turma) me fazia ler, enquanto os coleguinhas desenhavam.

Cheguei à escola sabendo escrever o meu nome, o da minha mãe (obra dela) e o do meu pai. No meio do ano, em acordo com a coordenação, a professora me transferiu para a turma mais avançada (onde estudava a minha irmã mais velha). Da mesma forma que na primeira classe, Dona Joice, a nova professora, me mantinha sentada perto da mesa dela e continuava a leitura de palavras e pequenas frases enquanto os coleguinhas, agora por estarem mais adiantados, faziam o dever. Em pouco tempo me entrosei e fui para a carteira (a mesa escolar), como os demais. Que felicidade!

Uma das emoções mais fortes de minha vida foi aprender a ler! Foi como se um portal tivesse sido aberto. Lia, lia e lia: cartazes na rua, os nomes dos doces nas embalagens, antes de abrir e comer, os nomes das lojas, os letreiros dos ônibus...

Um dos livros desta época foi (não riam, eu era criança!) "Mimoso, um lindo gatinho", todo em quadrinhas. Lia e declamava os versos. Acho que tinha uns cinco/seis anos. Lá em casa, todo mês chegava uma coleção nova, obra de mãe, dona Nilza, que não economizava ao comprar livros e enciclopédias. Desde a hora da compra, através de vendedores que iam de porta em porta, ficava ansiosa e perto da data da chegada dos livros, montava guarda para monitorar o carteiro, que mãe chamava pelo apelido de "Seo" Cartão!

Naquela época ainda não tinha o hábito de cheirar as páginas antes de começar a leitura, hábito que adquiri depois, juntamente com o hobby de passear pelas estantes de livrarias lendo títulos, orelhas e verso das capas!

Já na escola primária, na Ilha do Governador, havia uma matéria em que a professora lia para a turma e nos mandava fazer redações sobre os temas. Adorava aquelas aulas que aconteciam duas vezes por semana, independentemente das aulas de português.

Ah, a lista...

Desde a época da escola em diante, (todos os de Malba Tahan, fábulas de Esopo, contos de Grimm) e mais "O auto da compadecida" (Ariano Suassuna), "A casa do bode", "Cazuza" (não tem nada a ver com o cantor/compositor), "O Tronco do Ipê" (José de Alencar, e romantismo entrou pra sempre em minha vida), "A Cabeça do Professor Dowell" (A. R. Belisiev, e a ficção científica, também), "Eram os deuses astronautas" (Erich Von Däniken), "Pollyana" (sim, ela mesma, a do jogo do contente, de Eleanor Hodgman Porter), uma antologia de contos e crônicas de Carlos Drummond de Andrade, "Viagem/Vaga Música" (poesias de Cecília Meireles) e "O Outono do Patriarca" (livro que a gente lê de um só fôlego, porque não tem pontuação, de Gabriel García Marques).

E os seus, quais são?

domingo, 19 de janeiro de 2014

Axé, Luiz Caldas!

http://lanaselva.blogspot.com.br/
(Foto: reprodução. Fan page

Axé!

"Oi! 
Muito obrigado pelo carinho, pela companhia, por estar comigo em minha carreira, em minha música, em minha inspiração. Obrigado por me incentivar e me dar força e vontade de seguir cantando, compondo e tocando pra você. 
O aniversário é meu mas os parabéns são seus."

De volta aos estudos desde 2013 e vendo esta foto e mensagem postadas pelo músico Luiz Caldas no facebook, lembrei do meu primeiro grande projeto/plano de comunicação integrada e gestão de marca: o lançamento do Bloco Beijo, em 1982/1983. Claro que, àquela época, aos 23 anos, não era este o nome (e nem eu sabia que um dia eu classificaria meu projeto assim) que se dava à uma programação de divulgação de evento/lançamento de marca como a que fiz.

Claro que faltaram itens fundamentais como pesquisa e mensuração de resultados (avaliei, depois, pelo sucesso do lançamento, o alcance de mídia e a lotação da festa), mas o plano estava lá, ou melhor, está cá, com suas etapas todas escritas à mão (estava em dois empregos e fiz o planejamento à noite e executava o projeto/plano nos intervalos e folgas das minhas duas atividades) nas "costas" de laudas de papel jornal, com suas várias ações de marketing. Uma delas, que acabou não sendo realizada (não foi aprovada pelos "contratantes"- o que foi uma bobagem, pois daria mídia nacional) era trazer o "beijoqueiro" José Alves Moura (http://pt.wikipedia.org/wiki/Beijoqueiro), um personagem que invadia eventos para beijar pessoas famosas, para "invadir a festa de lançamento e tascar um beijo em "Seo Osmar", um dos criadores do trio elétrico (o grupo Armandinho Dodô e Osmar era a atração convidada ao lado da banda oficial do bloco, o "Acordes Verdes" de Luiz Caldas, ainda não estourado nacionalmente). Sabe quem era o percussionista? Carlinhos Brown, que estava prestes a viajar em uma turnê internacional com Caetano Veloso (rumo ao Olimpo).

Depois da festa, em uma reunião para tratar de outros projetos, dei um forte abraço em Luiz Caldas e lhe disse: "você vai fazer muito sucesso!" Não era uma previsão de "cartomante": era uma constatação do talento desta figura, cuja postura profissional e de cuidado com a sua "marca", a música, já àquela época era impressionante! A festa aconteceu no Clube Bahiano de Tênis, no bairro da Barra, e foi um sucesso, o bloco "bombou" e, já no carnaval, eu o vi, feliz, passar defronte ao praticável da TV Itapoan, tocando (e cantando) na sua guitarra baiana a música da qual mais gostava e de onde recebi o abraço (com a mímica dos braços) que ele me mandou! Feliz aniversário, Luiz!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Lavagem do Bonfim: não há divisão, mas soma

http://salvadoremumdia.blogspot.com

Silvia Maria Nascimento

Leia sobre a festa no blog Salvador em um dia

Sobre o grupo de católicos que vão na frente, realizando um segundo (ou melhor primeiro) cortejo durante a Lavagem do Bonfim, que acontece nesta quinta-feira, 16, em Salvador (BA), comento aqui que isso sempre aconteceu. Sempre houve, na festa da Lavagem do Bonfim, grupos de pessoas que se reuniam e saíam na frente (ou atrás) para cumprir suas promessas, chegar antes, pegar um bom lugar próximo ao adro da igreja, ver a chegada do cortejo de baianas e a lavagem.

Já houve épocas em que as pessoas iam em caminhões ou mesmo a pé com suas camisetas padronizadas. A diferença é que muitos destes em vez de terços, quartinhas de água de cheiro ou fitinhas do Bonfim, levavam copos de cerveja nas mãos. Ninguém criticava ou achava que era dividir ou desrespeitar as baianas.

Os políticos levam sua claque com faixas para aplaudir os seus e vaiar os outros. 

O grupo de católicos que vai sair na frente está exercendo seu direito de ir e vir a hora em que achar melhor, gente. Em hipótese alguma vai mudar o curso da devoção seguida de festa, que é maior do que qualquer tipo de agrupamento que faz parte dela. Eu, mesma, se não tivesse aula à noite, iria com o grupo da frente, pra ir rezando, agradecendo, a pé, porque tenho fé, e, como adicional, chegar na frente e garantir um bom lugar pra ver e fotografar o espetáculo e a beleza das baianas, maravilhosas (porque neste dia elas capricham!), na Colina Sagrada. 

Não há divisão na festa, mas soma. Cada um vai a seu tempo e no seu ritmo. E tudo é lindo demais!!!