segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"Eu sou Hu e também sou vítima"

"Eu sou Hu. E você, quem é?"

"Eu sou Hu. Nasci condenado à prisão perpétua. Vivo no zoo da cidade de cascavel, no Paraná (Brasil). Tenho nome, mas todos só me chamam de "o tigre que atacou o menino".

Ninguém presta atenção ao fato de que sou um animal selvagem (apesar de estar em um zoo) e que a criança, ao correr diante de mim, "me provocou" (leia a explicação do veterinário).

Ele só queria brincar, mas eu nunca poderia saber que estava apenas querendo me dar carinho. Dei os sinais de que era a hora de um adulto orientar a criança, mas ninguém apareceu!

Sou um animal selvagem. Ou deveria ser - estar solto em uma selva. Mas a selva que me cabe é esta de pedra, cimento e grades.

Os adultos são os que devem ensinar às crianças que nós, os animais selvagens, não entendemos o carinho humano. Entendemos apenas o carinho dos nossos pares! Estou sendo didático porque vocês parecem que esquecem, ás vezes, da nossa natureza.

Somos presos para o lazer dos humanos como objetos de apreciação. Ou nos criam em cativeiro em um sítio porque, indevidamente, pensam que com carinho poderão nos transformar em "gatinhos".

O meu instinto manda correr, caçar e sobreviver. A minha espécie corre risco de extinção, mas não é em zoos que vamos estar protegidos de desaparecer da face da Terra.

Não sou o culpado. Sou uma das vítimas!"

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Guerra e paz


Em tempos de guerra, de ataques, de mísseis lançados a esmo, lembrei de um esquete bobinho do Didi, personagem do humorista Renato Aragão.
O personagem espera ônibus em uma fila. Atrás dele, um homem enorme e forte; e atrás deste, um anão. Um passageiro chega e esbarra lá atrás e, em efeito dominó, o esbarrão termina em Didi. Ele vira pra trás, furioso, e pergunta, cheio de marra:
- Quem foi que esbarrou em mim?
O grandão responde de pronto:
- Fui eu, por quê?
Didi:
- Nada não, nada não. É que eu pensei que fosse esse baixinho aqui.
E cai de porrada no anão.
Sobe o BG.

sábado, 12 de julho de 2014

Coisa feia, chutar quem já está no chão!

Foto: Silvia Maria Nascimento / Blog Lá na Selva



"Nobody loves when you're down and out". Ninguém te ama quando você está por baixo e por fora. Título e um dos versos de uma letra de John Lennon. Ele a havia escrito para Frank Sinatra cantar, mas Sinatra acabou não gravando.

Lembrei dela por causa do que ouvi hoje em um telejornal: não haverá torcida para o Brasil no Pelourinho, nem tambores, nem festa. Ninguém ama o outro quando ele está por baixo. Medo de a derrota colar. Ninguém tem medo de a vitória e o sucesso do outro colar em si. Até se gosta. Todos se movimentam neste caso.

Por que não ter torcida? Lamentável e triste fato. Se for por mim, a seleção brasileira não entra em campo sem o/a 12 'jogador/a'. Vou torcer, vestir a 'fardinha' (blusa amarela e bermuda azul ou as cores que os jogadores usarem), manter a bandeira na janela e tudo o mais.

Acha uma atitude 'poliana'? Dane-se. Vou torcer.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Exercício de paz e felicidade - os livros da minha vida


Estava "passeando" pelos escritos dos amigos no facebook quando me deparei com as listas de livros que marcaram a vida de cada um. Entre um "escreva os três" e "escreva os dez..." (e como também quero "brincar)", resolvi contar mais...

Os livros que impactaram a minha existência foram os primeiros que chegaram às minhas mãos, logo após aprender a ler! O primeiro, claro, foi a cartilha, com listas de palavras que a professora da alfabetização, Dona Heloisa (porque estava adiantada em relação à turma) me fazia ler, enquanto os coleguinhas desenhavam.

Cheguei à escola sabendo escrever o meu nome, o da minha mãe (obra dela) e o do meu pai. No meio do ano, em acordo com a coordenação, a professora me transferiu para a turma mais avançada (onde estudava a minha irmã mais velha). Da mesma forma que na primeira classe, Dona Joice, a nova professora, me mantinha sentada perto da mesa dela e continuava a leitura de palavras e pequenas frases enquanto os coleguinhas, agora por estarem mais adiantados, faziam o dever. Em pouco tempo me entrosei e fui para a carteira (a mesa escolar), como os demais. Que felicidade!

Uma das emoções mais fortes de minha vida foi aprender a ler! Foi como se um portal tivesse sido aberto. Lia, lia e lia: cartazes na rua, os nomes dos doces nas embalagens, antes de abrir e comer, os nomes das lojas, os letreiros dos ônibus...

Um dos livros desta época foi (não riam, eu era criança!) "Mimoso, um lindo gatinho", todo em quadrinhas. Lia e declamava os versos. Acho que tinha uns cinco/seis anos. Lá em casa, todo mês chegava uma coleção nova, obra de mãe, dona Nilza, que não economizava ao comprar livros e enciclopédias. Desde a hora da compra, através de vendedores que iam de porta em porta, ficava ansiosa e perto da data da chegada dos livros, montava guarda para monitorar o carteiro, que mãe chamava pelo apelido de "Seo" Cartão!

Naquela época ainda não tinha o hábito de cheirar as páginas antes de começar a leitura, hábito que adquiri depois, juntamente com o hobby de passear pelas estantes de livrarias lendo títulos, orelhas e verso das capas!

Já na escola primária, na Ilha do Governador, havia uma matéria em que a professora lia para a turma e nos mandava fazer redações sobre os temas. Adorava aquelas aulas que aconteciam duas vezes por semana, independentemente das aulas de português.

Ah, a lista...

Desde a época da escola em diante, (todos os de Malba Tahan, fábulas de Esopo, contos de Grimm) e mais "O auto da compadecida" (Ariano Suassuna), "A casa do bode", "Cazuza" (não tem nada a ver com o cantor/compositor), "O Tronco do Ipê" (José de Alencar, e romantismo entrou pra sempre em minha vida), "A Cabeça do Professor Dowell" (A. R. Belisiev, e a ficção científica, também), "Eram os deuses astronautas" (Erich Von Däniken), "Pollyana" (sim, ela mesma, a do jogo do contente, de Eleanor Hodgman Porter), uma antologia de contos e crônicas de Carlos Drummond de Andrade, "Viagem/Vaga Música" (poesias de Cecília Meireles) e "O Outono do Patriarca" (livro que a gente lê de um só fôlego, porque não tem pontuação, de Gabriel García Marques).

E os seus, quais são?

domingo, 19 de janeiro de 2014

Axé, Luiz Caldas!

http://lanaselva.blogspot.com.br/
(Foto: reprodução. Fan page

Axé!

"Oi! 
Muito obrigado pelo carinho, pela companhia, por estar comigo em minha carreira, em minha música, em minha inspiração. Obrigado por me incentivar e me dar força e vontade de seguir cantando, compondo e tocando pra você. 
O aniversário é meu mas os parabéns são seus."

De volta aos estudos desde 2013 e vendo esta foto e mensagem postadas pelo músico Luiz Caldas no facebook, lembrei do meu primeiro grande projeto/plano de comunicação integrada e gestão de marca: o lançamento do Bloco Beijo, em 1982/1983. Claro que, àquela época, aos 23 anos, não era este o nome (e nem eu sabia que um dia eu classificaria meu projeto assim) que se dava à uma programação de divulgação de evento/lançamento de marca como a que fiz.

Claro que faltaram itens fundamentais como pesquisa e mensuração de resultados (avaliei, depois, pelo sucesso do lançamento, o alcance de mídia e a lotação da festa), mas o plano estava lá, ou melhor, está cá, com suas etapas todas escritas à mão (estava em dois empregos e fiz o planejamento à noite e executava o projeto/plano nos intervalos e folgas das minhas duas atividades) nas "costas" de laudas de papel jornal, com suas várias ações de marketing. Uma delas, que acabou não sendo realizada (não foi aprovada pelos "contratantes"- o que foi uma bobagem, pois daria mídia nacional) era trazer o "beijoqueiro" José Alves Moura (http://pt.wikipedia.org/wiki/Beijoqueiro), um personagem que invadia eventos para beijar pessoas famosas, para "invadir a festa de lançamento e tascar um beijo em "Seo Osmar", um dos criadores do trio elétrico (o grupo Armandinho Dodô e Osmar era a atração convidada ao lado da banda oficial do bloco, o "Acordes Verdes" de Luiz Caldas, ainda não estourado nacionalmente). Sabe quem era o percussionista? Carlinhos Brown, que estava prestes a viajar em uma turnê internacional com Caetano Veloso (rumo ao Olimpo).

Depois da festa, em uma reunião para tratar de outros projetos, dei um forte abraço em Luiz Caldas e lhe disse: "você vai fazer muito sucesso!" Não era uma previsão de "cartomante": era uma constatação do talento desta figura, cuja postura profissional e de cuidado com a sua "marca", a música, já àquela época era impressionante! A festa aconteceu no Clube Bahiano de Tênis, no bairro da Barra, e foi um sucesso, o bloco "bombou" e, já no carnaval, eu o vi, feliz, passar defronte ao praticável da TV Itapoan, tocando (e cantando) na sua guitarra baiana a música da qual mais gostava e de onde recebi o abraço (com a mímica dos braços) que ele me mandou! Feliz aniversário, Luiz!